segunda-feira, julho 31, 2006

Festival BOOM

ESTÃO CONFIRMADAS AS DATAS : 3,4,5,6,7,8 e 9 DE AGOSTO


Nos próximos dias, vão chegar a Portugal pessoas de todos os continentes, para participarem num evento que, desde 1997 , tem solidificado uma forma alternativa de encarar e vivenciar um festival estival.

O Festival Boom é de facto um dos mais importantes eventos de trance da Europa. O Trance, surgiu na Alemanha, no final da década de 80, e é hoje um dos estilos de musica electrónica mais populares em todo o mundo. Caracteriza-se pela repetição de frases melódicas, geradas por sintetizadores, e uma estrutura que alterna momentos crescentes e decrescentes, que embalam o ouvinte e provocam a sensação de transe. Os Dj's de Trance, são considerados os melhores do mundo ( ex: DJ Tiësto) .

Este festival de Verão, é uma oportunidade para apreciarmos propostas musicais e artísticas alternativas, num ambiente muito especial, num espaço de interacção interpessoal. É um pretexto para diferentes artes se expandirem através da sua interligação a práticas ancestrais como o ioga, ou a meditação, bem como a sistemas estruturados de conhecimento como a ciência, a mitologia e a ecologia, fomentando a relação entre expressão e saber, com uma preocupação constante em diminuir as agressões do eco sistema.

O tema deste festival 2006, é aliás, a ecologia e a aproximação entre culturas. São esperados 20 mil festivaleiros, em Idanha-a-Nova. No espírito do Boom não há artistas nem palcos privilegiados, mas antes zonas temáticas, que se complementam. As principais áreas temáticas serão: Dance Floor, Chill-Out, Eco-Vila, Sacred Fire e Liminal Village, e todas elas terão infra-estruturas reguladas por padrões eco-amigáveis, usando a lógica da reutilização.

O Dance Floor terá como género musical predominante o psy-trance. A lógica do Dance Floor é mostrar talentos emergentes e valores alternativos e ligá-los a artistas conceituados, dando espaço aos subgéneros de psy-trance (full-on, dark, progressive, clássico, experimental, etc.). Vão actuar nesta área cerca de 50 DJs e Live-Acts.

A área Chill-Out, funcionará 24 horas por dia, e a música sem fronteiras é a sua temática. Do ambient ao reggae, a ideia é desfrutar de sons de todo o mundo.

Na Eco-Vila, poderemos observar os comportamentos relacionados com os alimentos, água, transporte, uso de energia, habitação e desperdício. Vamos poder ver o que acontece com tudo que entra e sai do festival. Algumas das novas tecnologias irão ser testadas. O Boom terá também montado um sistema de troca, em que cada participante que entregue seu lixo à organização receberá senhas de refeição. Neste espaço, para além da informação disponível sobre ecologia, serão realizados workshops de consciencialização para a necessidade de uma cultura ecológica.

A zona Sacred Fire, será uma das novidades da 6ª edição deste festival, e a ideia é apresentar músicas inspiradas em culturas ancestrais. Música acústica, tribal, mística que esteja em harmonia com sons electrónicos.

A Liminal Village, funcionará como um centro cultural, que extravasará as fronteiras do Boom. Nela, estarão interligadas artes plásticas, multimédia, cinema, ciência, medicina oriental e saúde ou tecnologia. Reflexão, debate em torno de novos paradigmas e criação, serão palavras-chave nesta zona.

Consultem o programa deste festival e entrem, em tempo de férias, nesta viagem pelo mundo electrónico! Mesmo que o trance não seja (tal como não é para mim) um estilo musical de eleição vale a pena conhecermos o espirito deste festival.

sexta-feira, julho 28, 2006

Geração iPod

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Para os amantes de música, é inquestionável o interesse de ter ao alcance uma infinidade de músicas, a qualquer hora e em qualquer lugar. A qualidade do som e as dezenas de gigabytes de músicas, que podem estar disponíveis num iPod, são de facto impressionantes.
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Esta é uma conquista da geração iPood (e da sua antepassada Walkman, embora numa versão muito mais limitada). Mas eis que surge o alerta:"Um em cada dez jovens apresenta deficit auditivo, devido, na maioria dos casos, a um traumatismo sonoro, relacionado com o facto de ouvirem música em volume alto", afirma Marcelle Ramonet, presidente do CNB (Conselho Nacional do Ruído francês, um órgão consultivo, subordinado ao ministério da Ecologia).

Normalmente, o iPod atinge os 112 decibéis, mais do que uma moto serra (100 db) por exemplo. “A qualidade do som é melhor, mas a intensidade (potência) é a mesma. Então, o risco é o mesmo”, garante o otorrinolaringologista José Jarjura Jorge, professor titular da Faculdade de Medicina da PUC-SP, no Brasil.

Em França, a Apple foi obrigada a descer o nível de decibéis. Nenhum leitor de música portátil pode exceder os 100 decibéis.

Para além do volume, é preciso ter em atenção o tempo de exposição ao som. Aumentar dez decibéis pode implicar a necessidade de reduzir para metade o tempo de exposição. Um volume de 100 decibéis, por exemplo, não deve ser escutado mais de 30 minutos diários. A regra é: se não ouvirmos as vozes das pessoas à nossa volta, é porque o volume está acima de 60 db (a intensidade média de uma conversa). Se as pessoas em redor conseguirem ouvir o som que sai do auscultador, o melhor é diminuirmos o volume!

Em Portugal, o médico P. Henriques, afirma,no fórum iPod, que um som acima de 120 decibéis provoca lesões muito graves e irreversíveis nos ouvidos. O tipo de lesão que provoca depende da pessoa, do tempo e da frequência da exposição.

Moderação é palavra de ordem!

domingo, julho 23, 2006

Surdos "ouvem" música

200 anos depois da técnica inventada por Ludwig Van Beethoven, após ter perdido a audição, está a ser preparado um novo equipamento que pode ajudar pessoas surdas a "ouvirem" música, através de vibrações ( Beethoven ficou surdo, mas continuou a compor por mais 10 anos. Diz-se que cortou as pernas do seu piano e tocava sentado no chão, de modo a sentir melhor as vibrações).
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O aparelho, chama-se Vibrato e “sente” diferentes instrumentos, ritmos e notas, através de cinco sensores. Uma vez conectado a um computador, pode permitir a pessoas surdas comporem músicas.
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Está ainda em fase de desenvolvimento, por Shane Kerwin, um estudante da Universidade Brunel, na Grã-Bretanha. O objetivo de Kerwin é permitir que crianças surdas participem nas aulas de música.
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A partir dos implantes actuais, que permitem apenas a audição de palavras, uma equipe do Laboratório Físico Nacional da Grã-Bretanha, desenvolveu um dispositivo, a aplicar na cóclea (parte interna do ouvido), que opera numa frequência mais ampla, e que pode permitir que surdos ouçam música.
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Aguardemos então a confirmação desta e de outras possibilidades que melhorem a qualidade de vida dos surdos de todo o mundo, pois as dificuldades do quotidiano deste sector da população são tantas, que existe já a possibilidade de ser criada, nos Estados Unidos, a primeira "cidade para surdos" do mundo. Efectivamente, o deficiente auditivo Marvin Miller já conseguiu o apoio de cerca de 100 famílias, para fundar uma cidade no Estado da Dakota do Sul, cujo idioma principal será a língua gestual.
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Mas esta não será uma forma de contribuir para o isolamento deste grupo de cidadãos? E na prática, ficariam deste modo resolvidos todos os problemas dos surdos? Até porque, a existir, a "cidade dos surdos" estaria preparada para acolher filhos dos seus moradores, que possam eventualmente nascer sem deficiência auditiva?
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Não há soluções perfeitas, mas pessoalmente, não abdico de uma sociedade plural. Num ambiente segregado, surdos e ouvintes não consegue desenvolver a sua existência com a diversidade. Acredito que num futuro breve, os avanços da tecnologia, minimizarão as limitações dos surdos e melhorarão a sua qualidade de vida de modo a que se sintam cada vez menos excluídos ou limitados nas várias dimensões da vida.

terça-feira, julho 18, 2006

Dançar ao som de bisturis


Esta é a proposta dos Matmos, um duo electrónico americano, criado em 1997 e formado por Martin C. Schmidt e Drew Daniel. "A Chance to Cut is a Chance to Cure" é o segundo álbum do duo e foi feito com a mistura de sons gravados em lipoaspirações e cirurgias plásticas e com samples feitos em estúdio. Ou seja, é um som literalmente cirúrgico.
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Mas há mais propostas musicais irreverentes.
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Pascal Comelade, por exemplo,
utiliza em algumas das suas peças , instrumentos de brincar.
Mas ainda há mais, muito mais. Por isso lanço-vos um desafio:
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  • Vamos reunir aqui o maior número possivel de musicas que utilizem instrumentos musicais diferentes dos habituais. Quem vai ser o primeiro? Fico a aguardar...

domingo, julho 16, 2006

Música com utensilios domésticos

O século xx surgiu como o século das experiências, da procura de novos caminhos na música, tal como nas artes em geral.

Os instrumentos convencionais, são transformados e preparados de modo a alargarem as suas possibilidades tímbricas. Nesta procura de novas sonoridades, são criados os primeiros instrumentos electrónicos (para sempre ligados à música Pop/Rock).

Os compositores, exploram sons produzidos por objectos do dia-a-dia, transformando-os em instrumentos musicais, que incluem nas suas composições. Estamos a falar de buzinas, apitos, ruídos de máquinas, frequências radiofónicas, utensílios domésticos,…
E por falar em utensílios domésticos, apreciem esta fantástica curta-metragem a que deram o nome de "Music for one Apartment and Six Drummers" . O som é altamente contagiante.

quinta-feira, julho 13, 2006

Banquete musical

"The First Vienna Vegetable Orchestra", é o nome de uma banda austríaca, que troca os instrumentos convencionais por instrumentos feitos com legumes!
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A banda, surgiu em 1997, e é composta por dez músicos, um técnico de som e um cozinheiro.

A receita é substituir a bateria, a guitarra e o baixo, pela cenoura, pimento e alho francês. A estes juntam-se alguns utensílios de cozinha, que se cozinham em lume brando.Serve-se numa travessa de sons.
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A frescura dos vegetais é, obviamente, um requisito fundamental. Caso contrário, seria difícil extrair sons de vegetais esmagados.
A banda, argumenta que esta é uma forma de criar sons únicos e inscreve-os em vários estilos. Dos clássicos europeus, aos sons electrónicos, passando pela música tradicional africana. O resultado é a edição de dois cds: "Gemise" (1999) e "Automate" (2003).
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No final de cada espectáculo, é oferecida ao público uma sopa, rica de sons e sabores.

segunda-feira, julho 10, 2006

Cores e sabores dos sons












Elizabeth Sulston, é uma flautista suiça, de 27 anos, que toca flauta de bisel, e tem fascinado os neuro-cientistas, com a sua capacidade de associar as notas musicais não só a cores, mas também a sabores. A nota dó, por exemplo, corresponde à cor vermelha e o fá ao violeta. Um intervalo musical de sexta menor, sabe-le a creme e um de quinta a água pura.

Elizabeth Sulston, "ouve notas musicais e tem a percepção do seu sabor", confirmou à "
Nature", Michaela Esslen, da Universidade de Zurique, na Suíça. "Esta mulher não imagina os sabores, ela saboreia-os de facto", sustentou. "Quando Elizabeth ouve uma determinada peça musical, ela automaticamente experimenta um sabor na língua", acrescentou a especialista.

A condição na qual o cérebro liga dois ou mais sentidos é conhecida como sinestesia. Algumas combinações de sentidos são relativamente comuns, mas é a primeira vez que se verifica esta capacidade como sendo útil para a execução de uma tarefa mental, tal como a identificação de uma terceira maior.

A
sinestesia, ou fusão de sensações, é uma capacidade que possuem apenas uma em cada 25.000 pessoas, e é mais comum em mulheres do que em homens. Sabemos agora que há pessoas para quem “ver com olhos” deixou de ser um pleonasmo, e que percepcionam um estímulo com mais que um dos sentidos.

O que causa a sinestesia ainda não é conhecido, só sabemos que é hereditária. Seja como for, uma coisa é certa: cheiros coloridos nem sempre são alucinação ou recurso estilístico. Graças à Neurociência, está hoje em dia provado que há de facto quem sinta "o fogo que arde sem se ver".

 
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